20110727

Desconforto.

Os pássaros voam desordenados no ar fresco das nove da noite. O que eu espero não tem motivo de ser esperado, mas aceito o tempo que passo sozinha, fazendo do tempo, companhia.
Aceito até o frio que me arrepia e me estica os pêlos dos braços. Aconchego-me, quase como ritual da minha solidão. Acostumei-me ao cansaço de não acompanhar o passo do vento e vou ficando aqui, presa ao chão. Fecho os olhos docemente, e sinto a estalada dura e baça do tempo que vai passando. Não assisto à dor. Estou dormente, no limbo entre o que é bom e mau, e o único som que me chega aos ouvidos é o da despedida.

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