20151110

Olhos de azeitona.

nunca soube muito de ti,
convenci-me do que era melhor
ficar do lado da cobardia
não aproximar
não perguntar
não ultrapassar
és o monstro que abomino
és o monstro que me moldou
que me ensinou
não sei se te crio
só te ouço
ouço as mulheres a chorar
és o monstro que me quebra
és o ódio que amo
e ao mesmo tempo menosprezo
és o sangue negro
és o cisne podre
és o homem que falhou
erraste os sonhos de uma mãe
um vazio que enches de dor


na realidade nunca te ouvi,
na realidade,
tu não sabes o que é a realidade.