20111026

O aqui e o agora que se lixem,
sou feita de ontem, e serei o amanhã.
Não sou nada agora,
porque agora,
apenas me crio.
Fazer a reconciliação
entre as expectativas e a realidade.
Não pensar nisso em absoluto.
Curar o sabor a amargo com boa música,
e aceitar, ironicamente que isto é assim.
É MAIS FÁCIL DESCOBRIR O QUE NÃO SOMOS.

20111020

Coço as mãos quentes, onde o sangue ferve, porque é com as mãos que se faz justiça.
Os corações nunca perceberam nada de direitos e afazeres. Esses, só funcionam ao lume.
Quando chove, a lenha não arde e o coração como não aquece, não tem outro remédio, senão ficar frio.
Aí , as mãos que decidam: ou tocam, a lenha arde e o coração aquece. Ou despedem, os olhos choram, molham a lenha e, o coração, por não suar, gela.

20111005

Camera Obscura

win(e)


Sem um único movimento, despedes-te dos tempos de derrota
que calejaram os dados com que jogas.
Entregas agora o que arriscaste à ironia do perder ou ganhar.
Regas-te com o vinho que sobeja no copo, "ganhei".
Ficas ébrio de vitória.

20111003

Nina.

É o Silêncio de quem é velho,
São calados pelo tempo que já é tanto
Procuram no silêncio que já nem ouvem,
A mínima palavra que bata e que recue,
Como eco.
Histórias que ninguém sabe se serão deles,
Histórias que ninguém sabe sem eles.
Tanto que se perde, que fica suspenso naquele silêncio.
É o Silêncio de quem é velho.
De quem já não se importa se o ouvem,
Silêncio que já não sabe que o é.
São velhos,
Calados pelo silêncio,
Que já bate e não recua.
Tão calados, que parecem nem sentir.