"Nothing is in the mind that does not pass through the senses"
Aristotle
20131229
20131226
Pés descalços.
20131119
20131110
cidades invisíveis
o espaço que criei de raiz
em que, sem regar,
cresceram cidades invisíveis.
sem vida na margem dos rios
sem longos passeios à beira mar
com pessoas que nunca vi
e famílias desencontradas,
amores platónicos,
e olhos a viver no espaço sideral,
e eu,
sem saber se existo,
porque nem me vejo.
20131006
20130723
Dança da chuva
Sonhos feitos à chuva ou então,
maõs dadas no fim de uma tarde quente, com céu cor de rosa. Com tão mais amor.
Não amei nos outros dias, nos dias em que parece que vai chover, ou nos dias em
que a trovoada nos aguarda desprevenidos para rebentar, ou naqueles dias em que
o sol luta para sair da sombra. Esses dias não são suficientes para que a
auréola inebriante do amor nos envolva. Um par de olhos, sozinhos, são
suficientes para contemplar um entardecer igual a tantos outros. Sei olhar as
nuvens, sei-o desde pequena. Mas perco-me nos passos se danço à chuva sozinha. É
preciso amor. Preciso do meu amor. Que situação ridícula desejar a chuva numa
noite de verão e, mesmo assim, tanto a queria.
20130528
"Se o vento não mudar
Vou dar até sentir
Que há uma razão
Para crer que é bem melhor existir
Eu sei
Não vejo a luz em mim
Tão pouco em mais alguém
Só quis tocar o céu
Não quero mal a ninguém
Eu sei
Diz-te a canção do medo
Vê-se um dia o tempo não vos traz
Mas perde a noção do tempo
Quando eu amo é sempre devagar"
volta Manel
Vou dar até sentir
Que há uma razão
Para crer que é bem melhor existir
Eu sei
Não vejo a luz em mim
Tão pouco em mais alguém
Só quis tocar o céu
Não quero mal a ninguém
Eu sei
Diz-te a canção do medo
Vê-se um dia o tempo não vos traz
Mas perde a noção do tempo
Quando eu amo é sempre devagar"
volta Manel
Luz aos cegos.
O primeiro passo em direcção à fertilidade
é dar os olhos à luz
e fazê-la cegar a beleza do mundo.
Assim, na eternidade,
que todos os dias amanhece,
pode o cego acordar descansado
que não vai ver a água escorrer
nem vai ver o vento a desaparecer
nem o fruto a cair
nem o seu amor a partir.
20130418
a pradaria da utopia
Deixei a relva em que me regozijava à procura do prado do qual nunca vou voltar.
colho as flores e meto-as ao peito para que me tirem da paranóia que sou o mel.
Sou a fome e não o alimento.
colho as flores e meto-as ao peito para que me tirem da paranóia que sou o mel.
Sou a fome e não o alimento.
20130407
20130327
Where is my mind?
Se é ao de leve que me tocas, cidade eu não pertenço a ti,
nem a condição nenhuma. O jejum enfraquece-me os ossos que colapsam com os
suspiros. De que me serve o amor, quando se estendem braços do
chão e me prendem os pés. Se a minha vontade é descalçar-me deles, tu oh
cidade, rasgas-me a carne e eu cuspo-te no chão. Não, não vou contigo. Não vou
mergulhar na tua luz fria.
20130220
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