20150602

4 dimensões

Encontrei-te. 
Esperei tanto por ti, 
e agora já não encho o rio
com aquela água triste. 

Já não me saem as palavras que saíam antes
Se antes era a escrever que me entendia a mim 
agora o que escrever aqui, 
será pouco ou nada
para explicar o que me prende a ti.
Como um ar leve e viscoso, 
se é que isso é possível, 
que me prende e dá asas, 
tudo ao mesmo tempo. 

A pessoa que inventa as palavras, 
esqueceu-se do nome desta sensação.
É uma plenitude mais quente, 
um conforto mais promíscuo, 
como se os dois corpos se fundíssem. 
Uma linguagem que não se fala, 
sei o que dizes, mesmo no escuro, 
É uma espécie de mística que orbita, 
que me enebria, 
e me faz perder a noção dos limites do meu próprio corpo.
E para nós nunca é tarde, nem nunca é cedo, 
tudo é urgente,
e no nosso mundo,
voamos sincronizados, 
nestas quatro dimensões que vivemos
e ainda teremos tempo de criar mais umas quantas.




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