Esperei tanto por ti,
e agora já não encho o rio
com aquela água triste.
Já não me saem as palavras que saíam antes
Se antes era a escrever que me entendia a mim
agora o que escrever aqui,
será pouco ou nada
para explicar o que me prende a ti.
Como um ar leve e viscoso,
se é que isso é possível,
que me prende e dá asas,
tudo ao mesmo tempo.
A pessoa que inventa as palavras,
esqueceu-se do nome desta sensação.
É uma plenitude mais quente,
um conforto mais promíscuo,
como se os dois corpos se fundíssem.
Uma linguagem que não se fala,
sei o que dizes, mesmo no escuro,
É uma espécie de mística que orbita,
que me enebria,
e me faz perder a noção dos limites do meu próprio corpo.
E para nós nunca é tarde, nem nunca é cedo,
tudo é urgente,
e no nosso mundo,
voamos sincronizados,
nestas quatro dimensões que vivemos
e ainda teremos tempo de criar mais umas quantas.
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